Escola Bíblica Dominical . 10h  |  Culto da Família . 18h30

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Culto doméstico: o que diz a Bíblia?

O culto doméstico, como o conhecemos, não é explicitamente ordenado na Palavra de Deus, mas a necessidade de valorizar o ensino bíblico na família é proeminente nela.

No Antigo Testamento, os pais são ordenados a ensinarem seus filhos continuamente, mesmo em caráter informal e cotidiano:

Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te (Dt6:6-7).

Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos; e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus (SI 78:5-8).

Pelo que percebemos, apenas nestas passagens bíblicas, além de outras (Gn 18:17-19, 22:6-8; Dt 6:4-9, 11:18-21; Js 24:15; SI 78:1-8; Pv 4:1-4, 6:2-23, 22:6), a família é central na transmissão da verdadeira fé.

No Novo Testamento não é diferente, os pais receberam enfática ordem para criarem seus filhos na “disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6:1-4), como os maridos a receberam no tocante ao cuidado espiritual das suas mulheres (Ef 5:25-26, além de outras passagens, como At 10:1-2 e 1 Tm 5:8).

Timóteo, um discípulo de Paulo, foi discipulado por sua mãe Eunice e por sua avó Loide (2 Tm 1:5). Com base nesses ensinos, recebidos no âmbito familiar, Paulo incentivou Timóteo a permanecer naquilo que tinha aprendido e de que tinha se inteirado, desde a infância (2 Tm 3:14-15), e concluiu: 

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

Resumindo, o culto doméstico está profundamente relacionado ao sistema de autoridade e de responsabilidade na família.

Os pais ou responsáveis, são os principais responsáveis pela instrução bíblica e pela vitalidade espiritual das suas famílias e, através deles, “Deus ilustra os princípios fundamentais de seu governo moral. 

Nosso anseio é que cada família seja uma Igreja, onde todos se unem à mesma fé em Jesus Cristo e comunguem da mesma herança espiritual. Sabemos que, de modo algum, isso se tornará realidade enquanto cada família procrastinar os cultos domésticos ou transferir a primeira responsabilidade pelo ensino bíblico aos eventos da igreja local. Nossos pastores têm o dever de instruir, indicando o caminho da vontade revelada de Deus, mas quem deve percorrê-lo é cada marido, mulher, filhos e netos.

Não há dúvidas de que a responsabilidade é grande, mas a graça de Deus e as recompensas que advêm dela são maiores e mais valiosas do que qualquer outra conquista terrena, pois estão relacionadas com a eternidade, na presença do Senhor.

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A responsabilidade dos pais cristãos: transmissão da fé

“Qualquer pessoa que tenha experimentado um período de amnésia conhece a sensação desconcertante de acordar de repente e perceber que uma parte de sua vida foi apagada da memória. Que tragédia! Contudo, uma tragédia ainda maior persegue hoje inúmeras famílias cristãs. Acreditando-se vencedoras, descobrem que estão prestes a perder a batalha pela preservação da lembrança mais preciosa do nosso legado espiritual. A amnésia espiritual apaga da nossa mente a lembrança de Deus.

Será que o esquecimento vem da noite para o dia? Dificilmente, a prosperidade e a negligência dos pais em transmitir à geração seguinte as palavras e os feitos de Deus criam um contexto favorável para a amnésia espiritual.

A solução

O tratamento preventivo consiste em tomar vacinas: injeções da Palavra de Deus dentro do lar. Deuteronômio 6:4-9 prescreve que a Palavra de Deus e a lembrança de seus feitos dominem de tal forma a vida dos crentes que seus pensamentos e palavras naturalmente se voltam para Ele durante o dia todo.

O cristianismo do “um ao dia” – uma breve oração antes das refeições, uma leitura bíblica diária ou até mesmo a frequência uma vez por semana ao culto – não é suficiente para deter a imensa onda de pressão que incita os jovens a abandonarem a fé. Deus pede mais que um interesse ritualista em sua Palavra. Sua receita prescreve um interesse vivo na pessoa dEle e requer espontaneidade, criatividade, além do exercício na piedade.

O que faremos, então? Cruzaremos os braços e enviaremos nossos filhos para a escola dominical como se isso bastasse? Esperaremos que alguém chegue para resgatá-los? Pediremos que o pastor ou líder da juventude dê um jeito neles? Certamente que não.

É nossa responsabilidade como pais vacinar nossos filhos contra a amnésia espiritual. Não é tarefa da igreja, da creche, da escola, muito menos do governo.

Por isso, Deuteronômio 6 é fundamental nas Escrituras quando se trata de instrução espiritual no lar. O amor de Deus é o ponto de partida. Começa com os pais que tem um compromisso de lealdade e exclusividade com o único Senhor (6:4-5). Manifesta-se por meio de devoção à sua Palavra (6:6) e estende-se à instrução formal, espontânea, planejada, simbólica e constante dos filhos no caminho do Senhor (6:7-9).

3 responsabilidades dos pais segundo Deuteronômio 6

“Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.” (Deuteronômio 6:6-9)

  1. Os pais devem ensinar propositadamente (Dt 6:6-7a): o pai cristão planeja a sua comunicação da Palavra de Deus para penetrar o coração de seu filho. Instrução diligente, consistente, constante, perseverante daz seu ponto justamente pela repetição. Essa é a responsabilidade do pai cristão que realmente ama a Deus: ela grava fissuras no cérebro de seu filho pela repetição formal e informal, todo dia e o dia todo, inclui a história sagrada, os feitos de Deus no passado e no presente.
  2. Os pais devem ensinar a Palavra espontaneamente (Dt 6:7b): a grande ênfase desse texto não é tanto o culto doméstico em si, mas o aproveitamento daqueles momentos naturais e espontâneos que se apresentam muitas vezes durante o dia. Esse é o verdadeiro desafio para os pais. Os pais devem se preocupar constantemente com a transmissão da fé à próxima geração em todo momento, aproveitando cada oportunidade.
  3. Os pais devem ensinar simbolicamente (Dt 6:8-9): a palavra atada por “sinal” nos alerta para o fato de que o texto trata de símbolos que despertam a memória. A ideia de gravar ou amarrar as palavras e os princípios da sabedoria é recorrente no Antigo Testamento, são lembranças concretas da graça e fidelidade de Deus na vida do povo.

Que Deus nos dê pais comprometidos em promover um avivamento que comece no lar cristão e se espalhe por toda a igreja brasileiras, chegando até os confins da Terra. É a única maneira que temos de evitar a amnésia espiritual.”

Retirado e adaptado do livro: “Comentário Bíblico lar, família & casamento: Fundamentos, desafios e estudo bíblico-teológico prático para líderes, conselheiros e casais”. Autor: David Merkh.

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Culto no lar: como fazer?

Além de se preocupar em transmitir a fé para a próxima geração em todos os acontecimentos do dia, os pais devem separar um tempo específico para realizar o culto no lar (ou culto doméstico). Mas esse é um dos grandes desafios dentro dos lares cristãos.

Muitas famílias não apenas encontram dificuldade em separar tempo, mas também não sabem como fazer. Continue lendo e saiba mais sobre o culto no lar e como colocar em prática em sua rotina.

O que é Culto no Lar?

Antes de mais nada, é preciso definir o que é culto no lar. O culto no lar é um momento específico em que os membros da família se dedicam em buscar a Deus juntos, fora do templo da igreja.  

É uma excelente estratégia para fortalecer a fé, desenvolver a união e criar os filhos nos caminhos do Senhor, cumprindo o que Deus ordenou em sua Palavra:

  • “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Deuteronômio 6:6,7)
  • “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.” (Efésios 6:4)

Como fazer o culto no lar?

É importante ter em mente que as reuniões em família costumam ser menos formais e mais curtas que os cultos na igreja. Sendo essencial ter a “cara” da família e ser conforme a idade e maturidade dos participantes.

Confira algumas sugestões para incluir o culto no lar no cotidiano da família:

  • Defina dia, horário e como irá acontecer: o culto no lar precisa ser um momento especial em que todos em casa possam participar. Algumas famílias realizam diariamente, outras, semanalmente. Para isso, observe a rotina da sua casa e defina o melhor dia e horário para que seja um compromisso inadiável. A duração deverá ser conforme à idade dos participantes. Quanto mais novos, mais curto. 

É válido dizer que o culto no lar pode lembrar o culto público por ter uma sequência litúrgica. Mas isso não significa que deve ser frio ou demorado. Deve haver espaço para a espontaneidade, pois a adoração familiar é viva e natural. Nada se compara à sensação de união quando nos acomodamos no sofá, com os filhos por perto para cantarmos, orarmos e lermos a Palavra de Deus.

Entretanto, mesmo que seja mais informal, o culto no lar precisa ser previamente organizado. É fundamental que tenha um tempo de louvor, oração e leitura da Palavra.

  • Louvor: pode ser com hinos e cânticos congregacionais já conhecidos pela família. Se tiver crianças, inclua músicas infantis. Caso alguém toque algum instrumento, peça que toque junto com a família. Para melhor aplicação do que foi estudado, utilize músicas que tratem sobre o tema, pois facilita a memorização.
  • Oração: a oração pode acontecer em qualquer momento, o mais comum é no início e no fim. Abrange agradecimentos, pedidos e adoração a Deus pelo que Ele é e faz.
    • Exemplos de pedidos de oração: missionários, situação financeira da família, igreja local, decisões a serem tomadas, enfermos, desempregados, governantes etc.
    • Exemplos de agradecimentos: salvação em Jesus, sustento, saúde, emprego, segurança, livramentos e testemunhos, orações respondidas;
    • Exemplos de atributos de Deus: fidelidade, bondade, cuidado, soberania, criação, redenção, santidade etc.
  • Palavra: é importante que se tenha um tempo de leitura, estudo, reflexão e aplicação prática para o dia a dia.

Um dos erros mais comuns é a preocupação em encher os participantes com informações bíblicas sem uma aplicação cristocêntrica que promova mudança de vida. 

“O culto no lar nunca deve terminar sem antes descobrir pelo menos uma aplicação prática para a vida de cada um.” (David Merkh)

  • Por exemplo:
    • O que significa o trecho lido? 
    • Existem outros textos bíblicos relacionados a esse?
    • Que características de Deus podemos encontrar?
    • O que o texto apresenta sobre Jesus?
    • Qual o pecado a ser evitado?
    • Quais lições aprendemos com a passagem? 

Para tornar o Culto no Lar mais dinâmico e, ao mesmo tempo, instrutivo, a família pode realizar alguns jogos, com competição ou não, principalmente se houver crianças.

  • Perguntas e respostas: prepare perguntas sobre passagens, personagens ou histórias da Bíblia.
  • Mímica ou desenhos: transmita sem palavras ideias sobre passagens, objetos ou personagens bíblicos.
  • Memorização: motive a memorização da sequência dos livros da Bíblia e também de versículos até o próximo encontro. 
  • Quem sou eu? escreva  o nome de personagens bíblicos num papelzinho e cole na testa de todos, sem que vejam. Depois, cada um terá que descobrir o seu personagem, fazendo perguntas que admitem somente SIM ou NÃO como resposta.

Cada família encontrará a melhor maneira para realizar o culto no lar conforme a sua realidade. Porém, o mais importante é que se mantenha a frequência até que se torne parte vital da rotina.

Algumas sugestões práticas

O pastor David Merkh, em seu livro “Lar, Família e Casamento”, propõe algumas sugestões práticas para o exercício do Culto no Lar.

  • Seja cristocêntrico: infelizmente,  a literatura infantil tende ao moralismo, com mensagens do tipo “seja como Davi” ou “não seja como Golias”. Uma abordagem cristocêntrica enfatiza a necessidade do coração de cada membro da família, bem como a provisão que Deus fez por nós em Cristo.
  • Seja criativo e flexível: certamente não queremos ser palhaços barateando a Palavra de Deus. Porém não há nada espiritual em cansar os participantes com a Palavra. O culto no lar exige criatividade, aquela criatividade que vem do próprio Deus, de quem fomos criados à imagem e semelhança. Para serem equilibrados e criativos, os pais devem ser flexíveis ao elaborar um plano e estarem atentos para aproveitarem oportunidades especiais e inesperadas.
  • Seja ilustrativo: quem for dirigir o culto no lar deve fazer uso de recursos audiovisuais, dramatizações, ilustrações e histórias que exemplificam o que será abordado. É fato comprovado que aprendemos muito melhor quando participamos do estudo bíblico com todos os sentidos, não apenas com a audição. O próprio Senhor Jesus não ensinava nada aos seus discípulos sem contar uma história.
  • Seja doutrinário: mais e mais pais estão descobrindo que até crianças muito pequenas conseguem memorizar confissões de fé, catecismos, além de muitos versículos. Os pais criativos procuram maneiras de tornar esse doutrinamento algo agradável.

Comece hoje a praticar o culto no lar

O passo mais significativo é começar. Mesmo que surjam imprevistos no dia ou horário definido, empenhe-se em cumprir o combinado. Tenha sempre em mente que, ao discipular os filhos, você estará discipulando as próximas gerações também. Por isso, não negocie o culto no lar, faça dele um tempo de comunhão e celebração a Deus.

Para auxiliar a sua família nesse processo, elaboramos um Portal de Conteúdos sobre o Culto no Lar. Acesse e comece a colocar em prática ainda hoje.